Muitas vezes me pego pensando em como tenho sorte na vida. Tive muitos privilégios e consegui fazer várias coisas que queria, tanto pessoalmente como profissionalmente.
Uma verdade sobre mim é que eu nunca soube realmente o que gostaria de fazer. Tenho dúvidas desde que prestei vestibular. Acabei fazendo tradução, sendo que nem sou tão boa em línguas e entrei no tão disputado e fechado mercado editorial sendo que nunca fui nem sou uma leitora voraz, e tenho uma grande defasagem de clássicos.
Entrei na faculdade sem ter certeza do que queria, continuei porque achei que queria ir para o mercado editorial, porque aprender línguas é sempre útil, porque fiz amigos incríveis, porque a vida de faculdade era muito divertida. Comecei a trabalhar numa editora por sorte e desde então fui construindo uma carreira por sorte de estar nos lugares certos e nas horas certas (apesar dos longos intervalos de limbo nesses anos).
Só que, será que é mesmo só sorte? Acho que não, posso afirmar que tenho sorte, mas também os meus méritos.
Tive a sorte de conseguir meu primeiro emprego numa editora, mas isso porque tive a coragem de mandar currículos pra dezenas de editoras, mesmo sem ter experiência nem as competências necessárias. Depois do meu sabático, tive a sorte de achar um emprego em outra editora, mas porque continuei mandando meus currículos. Agora, tive a sorte de conseguir uma vaga na área digital, mas principalmente pelo networking que fui construindo no último limbo, pelos cursos que fiz, pela disponibilidade e gentileza, por compartilhar vagas e conhecimento.
Então, no fim, tenho muita sorte mesmo. Talvez não a sorte de ter empregos caindo do céu, mas a sorte de correr atrás das coisas na hora certa.
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